Discurso de Rafael Satiê: Intolerância religiosa e defesa das religiões
De frente para os manifestantes, Satiê se manteve firme em sua posição. “Cada vez que sou vaiado aqui, tenho mais certeza de que estou no lugar certo. Se é por citar a Igreja Universal, então estamos diante de intolerância religiosa”, declarou, reafirmando sua defesa pela liberdade de culto.
Satiê, que também é pastor evangélico e presidente da Comissão de Combate ao Racismo da Câmara, aproveitou para enfatizar a importância do respeito às diversas denominações religiosas. “Lavem a boca antes de falar da Universal, da Assembleia de Deus, da Batista, Metodista, Presbiteriana ou da Igreja Católica Apostólica Romana. São elas que estão nos presídios, nos morros, debaixo das marquises, cuidando dos esquecidos pela sociedade”, afirmou.
Liberdade de culto e o Estado laico
O vereador também se posicionou contra a distorção do conceito de laicidade do Estado, ressaltando que a separação entre Igreja e Estado não significa um Estado ateu, mas sim um Estado aberto à liberdade religiosa. “Estado laico não é Estado ateu. É Estado aberto à liberdade de culto. E se ele é laico hoje, é por causa do protestantismo. Foi Martinho Lutero quem iniciou essa virada histórica”, completou Satiê.
Ao encerrar seu discurso, o vereador deixou claro que, embora Jesus Cristo não precise de advogados, ele estará sempre disposto a defender a Igreja. “Jesus não precisa de advogado. Mas a Igreja, a noiva de Cristo, eu defenderei com meu mandato”, declarou. “E não será cabelo azul nem gritaria em galeria que vai prevalecer. Porque como está escrito: ‘As portas do inferno não prevalecerão contra a igreja de Jesus Cristo’. Muito prazer: quem vos fala é o vereador Rafael Satiê, pastor evangélico, com muito orgulho. Boa tarde, ‘querides’.”, finalizou.
Apoio do Bispo Inaldo Silva
Após o discurso de Rafael Satiê, o vereador e bispo Inaldo Silva (Republicanos) usou o microfone para reforçar o apoio ao colega de fé. “O evento foi ordeiro, sem verba pública, e reuniu milhares de famílias orando pelo Rio. Não há motivo para vaias quando se defende algo tão nobre”, comentou.
Rafael Satiê e a representação dos cristãos
Apesar da pressão da galeria, Rafael Satiê manteve o tom firme em sua defesa. “Não aceito que usem a bandeira da minoria para calar a maioria. Eu represento o povo cristão do Rio de Janeiro – evangélico, católico, espírita, judeu, quem for – que não se envergonha de sua fé”, afirmou o parlamentar, já fora do microfone, conversando com aliados nos corredores da Casa.
Recente episódio de racismo e o papel da fé
Este episódio ocorre apenas duas semanas depois de Rafael Satiê ter sido alvo de ofensas racistas durante outra sessão, quando foi chamado de “capitão do mato” enquanto discursava a favor do armamento da Guarda Municipal. Na ocasião, ele registrou uma ocorrência na Delegacia de Combate a Crimes Raciais e pediu providências à presidência da Câmara.
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